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Polícia Civil do DF realiza megaoperação contra a facção Comboio do Cão

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco/Decor), deflagrou, na manhã desta terça-feira (28/11), a Operação Shot Caller, visando o cumprimento de 57 mandados judiciais com o objetivo de desarticular a atual estrutura de comando e de operações da organização criminosa com intensa atuação no Distrito Federal, Comboio do Cão (CDC).

De origem local, a facção é considerada responsável por uma série de crimes em diversas regiões administrativas do Distrito Federal, sobretudo pela prática de crimes violentos em contexto de “guerra” pelo controle de territórios e pontos de traficância de drogas, além de roubos e tráfico de armas de fogo.

A facção já foi alvo de outras cinco operações policiais pela PCDF nos últimos quatro anos, inclusive a que resultou, em 30 de abril de 2021, na prisão do indivíduo considerado a principal liderança e um dos fundadores do grupo. A prisão ocorreu na cidade de Paranhos/MS, localizada na fronteira com o Paraguai.

Já dando início às diligências relacionadas à ação de hoje, no dia 7 de outubro de 2023, equipe da Draco/Decor, com o apoio da Polícia Civil do Rio Grande do Norte, efetuou a prisão de um dos atuais líderes da facção, que estava foragido, em um condomínio de alto padrão em Pirangi, no litoral ao sul de Natal/RN. O alvo já era procurado por duplo homicídio no contexto de vingança pela facção, crimes estes consumados na região de Samambaia/DF.

O objetivo da Operação Shot Caller é realizar a prisão de membros da facção que substituíram esse líder nas ruas, bem como de criminosos responsáveis pelo controle da parte financeira, e, com isso, dar um duro golpe na direção do esvaziamento da organização criminosa.

Na ação de hoje, que contou com a participação de mais de 250 policiais da PCDF, entre agentes, escrivães e delegados, estão sendo cumpridos 22 mandados de prisão cautelar e 35 mandados de busca e apreensão expedidos em desfavor dos investigados. As medidas judiciais foram cumpridas nas regiões do Riacho Fundo II, Santa Maria, Planaltina, Vila Planalto, Ceilândia, Varjão, além de cidades do entorno como Luziânia/GO, Formosa/GO e Planaltina de Goiás. Além disso, foi cumprido um mandado de sequestro de imóvel adquirido com dinheiro ilícito pela facção criminosa.

A Operação contou com o apoio das Divisões Operações Especiais (DOE) e de Operações Aéreas (DOA) da PCDF, bem como da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE), e de Inteligência Penitenciária (DIP/SEAPE) da Secretaria de Administração Penitenciária (SEAPE), e das Delegacias Regionais de Formosa e de Luziânia, da PCGO.

Durante as investigações, que contaram durante todo o tempo com a participação do Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional do Ministério Público do Distrito Federal (Nupri/MPDFT), foi identificado complexo empreendimento delitivo que envolve ações logísticas de tráfico de drogas e armas de fogo advindos de regiões fronteiriças do país, e mecanismos de lavagem de capitais utilizando contas de terceiros interpostos (laranjas) e outras formas de pagamentos ocultos.

Os investigados poderão responder criminalmente pelos crimes de integrar Organização Criminosa armada, lavagem de capitais, tráfico de drogas e crimes de venda ilegal de armas de fogo.

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