A comunidade de São Sebastião, no Distrito Federal, terá de esperar ainda mais pelo tão aguardado Hospital Regional. O Tribunal de Contas do DF (TCDF) e o Ministério Público (MP) determinaram a suspensão da licitação para a construção do hospital, que estava programada para o dia 29 de setembro. A medida foi tomada após suspeitas de superfaturamento no valor total da obra, estimada em R$ 180 milhões, recurso proveniente do governo federal.
A construção do hospital é uma demanda antiga da população, que espera há anos por uma unidade de saúde que sirva como retaguarda para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da região. O projeto, no entanto, vem enfrentando obstáculos devido a questionamentos sobre os custos envolvidos.
Entre as suspeitas de irregularidades, destaca-se o valor previsto para a cobertura do hospital, estimado em mais de R$ 3 milhões. Esses indícios de sobrepreço motivaram a suspensão da licitação, colocando em risco a execução da obra e, consequentemente, a utilização dos recursos federais destinados ao projeto.
Além disso, a população de São Sebastião já demonstrou insatisfação com o formato proposto para o hospital, que não contará com atendimento de emergência para adultos. De acordo com o modelo previsto, os pacientes precisarão passar primeiramente por uma UPA, seja em casos de emergência ou não, antes de serem encaminhados ao hospital. Isso gera preocupações entre os moradores, que consideram a medida ineficaz e temem que o atendimento seja insuficiente para as necessidades da comunidade.
Outro ponto de crítica é o fato de os hospitais da região estarem frequentemente sobrecarregados com o atendimento de presos, o que acaba reduzindo a capacidade de atendimento dos cidadãos comuns. “Nossos hospitais parecem estar se tornando extensões da Papuda. Primeiro, os presos são atendidos, depois os moradores de São Sebastião”, desabafou um morador.
A suspensão da licitação e a possibilidade de perda dos recursos federais preocupam os cidadãos, que veem o sonho do hospital regional se distanciar ainda mais. A comunidade aguarda com apreensão os desdobramentos da investigação do Tribunal de Contas e do Ministério Público, na esperança de que a situação seja resolvida e que a obra possa finalmente sair do papel.
Despacho Singular n.º 296_24-GCAC (1)PROCESSO 00600 00007627-2024-07 (1)